segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Flutuando no Céu Azul


Aquele telhado era tão azul que cheguei a acreditar que estava flutuando no céu
E vendo a paisagem além de meus pés e sentindo o vento forte assobiar em meus ouvidos
Vi todas as coisas que poderia fazer e as infinitas possibilidades de nada acontecer
Sorri como menino bobo ou como um homem louco
E apenas me limitei a fechar meus olhos e permanecer deitado naquele telhado azul
Tão azul que cheguei a acreditar que estava flutuando no céu.





quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Reflexo

Eu caminhei cego pelas cidades por muito tempo
Me encolhi e morri pelas dores causadas pelo amor
Sonhei e gritei acordado e facilmente me perdi
Vaguei pelas ruas
Morei nas esquinas
Me tornei prisioneiro de poças de lamas e chuvas
Vi todas as estações cairem
E ainda assim sobrevivi
Sei que não sou mais o mesmo
Que não sou do tipo sentimental
Muitas vezes sou frio como o Diabo
E da mesma forma como me apego, esqueço fácil
Não sei lhe dizer bem quem sou
Mas sempre saberei quem não és
E se hoje sorrio e com isso lhe trago desespero
Não te julgo por isso
Nem te condeno
Na realidade só posso lhe dizer que está certo em sentir medo.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

A estrada que sigo


Me acostumei com algumas coisas
Eu sei
Cantei algumas canções
Para ninguém
Ainda não conheci um amor de verdade
Mas amei
Muitos sonhos perdi aos passos cansados
Mas meu sorriso ainda está aqui
E não importa o fim dessa estrada
O que importa é que nunca desisti.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Passos sem fim


Vem o amargo dentro do doce
Beijos novos em um dia que já se foi
Vento bom que espanta o incomodo sorridente na madrugada
Espectros que passam por mim e nem percebo seu caminhar
Não reconheço mais quem já se foi
Mesmo que pare próximo a cúpula da hora seguinte
Não me assusto com antigos espantalhos e mulheres confusas de amores voláteis
Sigo apenas meu caminho
E procuro somente pelo meu amanhã
O resto
Não importa mais.
 
 Jaguar SS.
 

domingo, 7 de novembro de 2010

E NÃO SE PODE EVITAR O INEVITÁVEL...


LENDA ÁRABE

Um grande senhor de terras mandou seu servo de confiança ir ao mercado, como de costume, a fim de comprar os mantimentos de sua morada. O servo obediente foi levando consigo escravos. Lá, no meio da multidão, uma senhora toda coberta de vestes negras esbarrou de forma abrupta fazendo o servo cair. Revoltado e cheio de indignação levantou-se com intuito de tirar satisfações, mas aos seus olhos fitarem seu agressor encheu-se de pânico e horror e sem dizer alguma palavra virou-se a correr em direção a casa de seu mestre. Chegando foi diretamente ao seu senhor e pálido suplicou-lhe ajuda:

- Senhor, meu senhor. Eu lhe imploro. Ajude-me. Hoje fui à feira obedecendo a suas ordens e lá a morte esbarrou em mim fazendo-me gesto ameaçador. Dê-me um pouco de dinheiro para que eu possa fugir e chegar a Samara antes de anoitecer, onde lá ela não poderá me encontrar.

Com pena desse homem que agora lhe implorava de joelhos, deu-lhe uma sacola de moedas e seu mais veloz cavalo e seu servo saiu galopando feroz pelo deserto.
Pouco depois o grande senhor quis ir a feira indagar a morte por ameaçar seu servo, um homem bom. Ao chegar lá não foi difícil em meio a tantos ver uma única de vestes completamente negras e chegando a ela perguntou:

- Morte, hoje pela manhã meu servo veio aqui e contou-me que fez um gesto ameaçador a ele. Por que tal ato a um homem correto e tão bom?

A morte fitou o homem que lhe questionava e respondeu:

- Mas eu não o ameacei, apenas fiquei surpresa em encontrá-lo pela manhã aqui já que tenho um encontro com ele hoje à noite em Samara.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010



Escuto
Vejo
Mudo as coisas para ver se muda algo em minha vida
Talvez mude de lugar, de nome, de vida
Matar o velho, trazer o novo
Fim de ano vem
Presente ano se esvai
Morrem esperanças, lembranças, beijos, planos, perfumes e abraços
Morrem tambem todos aqueles belos e aconchegantes sorrisos
Até o café da manhã não será mais o mesmo
Nem House na TV
Nem saidas na noite, os retornos nas madrugadas e sexo até amanhacer
Tudo ficará para trás junto com as palavras duras e venenos tantas vezes usado
Me calo
Desvio o olhar
Hora de partir de vez
De tudo apagar e assim trazer o branco novamente dessas minhas páginas
Recomeçar, caminhar novamente e aguentar a solidão diária
Sei que você está lendo isso
E sei que não sabe o que estou passando
Nunca sentiu solidão
Nunca teve que olhar a sua volta em busca de luz, lugar, alguém
Sua vida sempre foi cheia de amores, luxúria e prazer
Sempre estará bem

Melhor assim.

Seus olhos não suportam a escuridão.