sábado, 15 de janeiro de 2011

O QUE HABITA NO MEU CORAÇÃO



ME MANTEREI LONGE DE VOCÊ, HOJE VI QUE SUA PRESENÇA ME TRÁS MEUS MELHORES SONHOS E MEUS PIORES PESADELOS.

Não tenho culpa pelo que habita em mim por você, não posso ser condenado pela verve de um sentimento, sou mero humano. E reconheço a patética imagem do desconhecido que de forma inusitado devorou minhas atitudes, atingiu o berço de minha razão e no presente momento, e já há algum bom tempo, apenas você invade meus pensamentos de desejos carnais e sonhos de jardim. Fiz de sua boca meu tesouro, não nego e diante da sua presença me perco com a facilidade de um menino em um labirinto que nem sabe por onde começar para tentar encontrar a saída para salvar a si próprio da escuridão da noite. Não nego meu descontentamento, mas tal visão sempre pairou sobre mim diante dessas certezas em que a incompreensão de virem a existirem certos tipos de sentimentos e emoções no fim eram apenas acontecimentos levados para trazer algo de ruim a mim mostrando-me o quanto era em vão nutrir algo por alguém. Uma verdade que por muitos anos teimei em não aceitar, minha ingênua fé no amor, que antes erroneamente cheguei a crer ser uma força maior capaz de vencer tudo de trágico na vida. Tola fé a minha em não querer ver que na vida tal acontecimento jamais faria parte de minha história pessoal, nessa área serei sempre mero espectador e nas ações diretas uma vítima com experiência na parte sombria em temas do coração. Mas de forma infeliz não há como evitar em sentir, posso somente ter controle sobre minhas atitudes depois disso, diante da tragédia vinda, posso fugir, evitar a causadora, mudar minha relação com a mesma ao ponto de manter a distância certa para afim de com o tempo atingir um modo de lidar e até de nem vir a sentir mais tais sentimentos perturbadores que não servem mais para nada além de apenas trazer-me tristeza exata e continua. Pois assim, até hoje para mim, é a experiência de tal sentimento, uma cadeia degradante de resultados melancólicos e fracassos que originam lembranças ruins que envenenem minha alma. Sei bem disso, meus anos jamais foram gentis para com minha pessoa e vida íntima, fui apenas capaz de aprender a me contentar com os prazeres da carne, não que eu reclame, mas para quem só teve isso na vida ou no mínimo passou por longo período assim, sabe o quando isso acaba nos devorando pelo vazio que se instala em nossos corações. Como todo ser humano sou dotado das necessidades das relações e interações emocionais, como qualquer um sou propenso ao envolvimento, aos sonhos e mágoas que se originam num ideal que vem ao se ligar a outra pessoa de forma mais intensa que o normal. 
Então não sou culpado pelo que habita em mim por você, sou a vítima da fraqueza de meu próprio coração e destino, das necessidades humanas que me forjam o caráter, personalidade, força e fraquezas. Agora devo somente aprender uma nova forma de lidar com tal sentimento castrador de sentidos, de saber como conviver até isso morrer para assim recuperar a minha liberdade natural para poder prosseguir no percurso de minha estrada, recuperar a minha vida e conseguir finalmente descobrir a razão de minha existência além de apenas ter que passar por perdas, tristezas e malditos danos aos longos desses intermináveis e inúteis anos em que sem escolha colecionei os desprazeres de tantas emoções que aos poucos me desmontaram desfigurando assim quem um dia já fui ou quem deveria ter sido. Sou um aleijado emocional de mente enfraquecida e coração quebrado. Sou uma máquina com defeito, mas ainda irei me erguer.

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